Policiais são acusados de terem agredido casal em Itapagipe
Um caso de perturbação de sossego terminou com um casal sendo agredido por policiais no município de Itapagipe no último dia 16 de agosto...
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Um caso de perturbação de sossego
terminou com um casal sendo agredido por policiais no município de Itapagipe no
último dia 16 de agosto. O casal Nilvânia e Tiago Araújo acusa os policiais
militares de excesso de força e abuso de autoridade.
Eles estavam em um jantar com a
família quando a Polícia Militar foi acionada porque uma vizinha do casal havia
feito uma reclamação sobre o volume do som que estaria incomodando toda a
vizinhança. Ao chegarem a casa, os militares solicitaram que o volume do
aparelho de som fosse abaixado, o pedido foi prontamente atendido e os
militares foram embora.
Momentos depois, os mesmos
policiais retornaram à residência e pediram que Nilvânia apresentasse os seus
documentos pessoais, a dona de casa então afirmou que não iria apresentar
nenhuma documentação pessoal.
Se sentindo desacatados pela
recusa da mulher em apresentar os documentos, os policiais começaram a agredir
a auxiliar de serviços gerais com tapas na cara e socos no estômago. A
violência dos policiais foi tamanha que eles chegaram a quebrar o tornozelo da
mulher
O marido de Nilvânia, Tiago
Araújo, tentou impedir que os militares agredissem a esposa, mas os policiais
acertaram socos na barriga do homem e ainda deram uma coronha no nariz de
Tiago.
Em entrevista ao repórter Nélio
Barbosa, a ajudante de serviços gerais, Nilvânia Araújo, relembra os momentos
de terror que passou na mão dos policiais. “Depois que eu me recusei a mostrar
meus documentos, eles começaram a me bater. Me deram socos e pontapés e apenas
implorava para que eles parassem e eles apenas respondiam: Vamos te ensinar
como é que tratamos vagabundos”.
Nilvânia afirma que os policiais
a agrediram e a xingaram durante um longo tempo e ainda a levaram para um ponto
afastado da cidade onde as agressões prosseguiram. “Quando me levaram para um
terreno baldio que fica afastado da cidade, fiquei apavorada. Não sabia o que
aqueles homens seriam capazes de fazer comigo, pensei que fosse ser estuprada e
morta por aqueles policiais”.
Tiago Araújo afirma que enquanto
a mulher era covardemente agredida, ele ficou preso dentro do camburão da
polícia. “Depois que tomei a coronhada fiquei meio grogue, por isso, eles
pararam de bater em mim. Mas levaram minha mulher para um local mais ermo e
começaram a espancar ela. Até tiro pra cima para amedrontar a gente eles deram”
O repórter Nélio Barbosa também
entrevistou o Major Arnaldo Pereira Júnior, Comandante da Polícia Militar, que
falou que os policiais só fizeram o uso da força porque o casal reagiu à
prisão. “Teoricamente este seria um caso que não precisaria ter descambado para
violência, contudo pelo que consta no boletim de ocorrência a mulher reagiu a
prisão por conta disso os policiais tiveram que fazer uso da força”.
Major Arnaldo ainda afirma que as
pessoas devem sempre acatar as ordens dos policiais. “As pessoas têm que
compreender que este é um poder que compete ao policial, por isso, quando você
for abordado por um policia sempre faça o que ele está ordenando.
O Comandante da Polícia Militar
afirma que os policiais podem sim fazer o uso da força quando julgarem
necessário. “É claro que não é o ideal, mas os militares devem sim fazer uso da
força quando acharem conveniente, e nesse caso ficou configurado que este casal
tentou reagir à prisão”.
Texto: Bruno Basmadji